22.2.12

A Viagem de Théo
Depois de 615 páginas e quase 3 semanas, finalmente terminei esse livro. Não q tenha sido ruim, pelo contrário! Mas um livro assim devia ter terminado em uns 3, 4 dias, como antigamente, em que eu passava tardes inteiras enfiado na sala só lendo, hj em dia não tenho tanta paciência assim.

Enfim, todo mundo já deve ter ouvido falar da história desse livro, sobre um menino que não acredita em religião, e que subitamente fica com uma doença grave, e sua tia o leva pra conhecer as religiões ao redor do mundo. Eles passam por Israel, Itália, China, Japão, Índia, Rússia, Egito, África do Sul, EUA, Brasil, etc, cada qual com sua religião, seus costumes, sua cultura, sua visão das coisas. É bom pra conhecer as idéias de alguns povos que a gente não tem tanto contato, alguns até que desconhecemos por completo. Pra mim, que sou ateu assumido, ter algumas "aulas básicas" de islamismo, judaísmo, cristianismo, etc, tirou um pouco do meu preconceito com essas coisas. Não q eu tenha me convertido ou nada do tipo, pelo contrário, como o próprio Théo constata ao longo do livro, as religiões são sempre cheias de guerras, lutas, discussões meio sem nexo, rituais pagãos de sacríficios, enfim, não é difícil ver q tem muita coisa errada nisso tudo.

A parte que mais gostei foi a viagem à Darjeeling, na Índia, que falaram sobre o budismo, esse sim um negócio que dá pra respeitar, talvez a única religião que eu tenha algum interesse maior, até uma leve inclinação pra adotar alguns dos ensinamentos, pq afinal, o q se prega essencialmente é que só por meio de nós mesmos podemos atingir um estado de espírito que nos deixa com uma compreensão total do que acontece dentro da gente e também ao redor. É uma coisa mais interna, mais íntima, que não precisa ter um Deus pra seguir, só precisa de si mesmo. Po, queria mto conhecer alguém q fosse budista, pra aprender algumas coisas e tirar várias dúvidas...

Bom, também gostei bastante de quando Théo aprende a prática do Yoga, fazendo um monte de exercícios lá, bem interessante. Mas tem vários lugares q ele vai q eh realmente bem chato, como a Rússia, EUA, África do Sul, e até o Brasil! Achei que aki iam mostrar vários lugares legais, iam abordar o cristianismo e tal, mas q nada, a parte do Brasil tem só 15 páginas (!!), e é como se fosse uma continuação da África do Sul, pois falaram só do Candomblé e akelas porra da Bahia, nada a ver. Bem fraca essa parte. Ah, e ainda, eles falam daki como se fosse tudo pertinho, teve uma hora lá q tavam em Salvador, aí sei lá quem disse: "ah, enquanto a gente espera, vamo dar uma passadinha em Manaus"... Ahram!

Fora essas paradas aí toda de religião, q na verdade é o tema do livro, a história de fundo, que é a doença do Théo, não anima nem um pouco, nem convence. No começo já achei bem estranho terem diagnosticado do nada o cara com uma doença gravíssima e tal, e nunca dizerem o que ele tinha, e ainda, a tia dele resolver fazer um tour com ele pelo mundo. Meio forçado essa história né! Bom, aí no final qdo vc pensa que vai ser finalmente revelada a doença dele... adivinhem, não revela! E o final, bem, é igualmente decepcionante, mas nem vou contar.

Enfim, recomendo o livro, apesar de ser meio maçante em várias passagens, tem alguns momentos q dá vontade de desistir, mas eh só ter um pouco de paciência q já fica bom de novo. Acho q o jeito q a autora desenvolveu a história deixou meio repetitivo, sempre chegando em algum lugar e um amigo da tia do Théo apresentando o local e falando sobre a religião dali. Não tem nada de diferente pra quebrar um pouco a rotina. Mas livro grande é assim mesmo, acho.

Vou copiar um trecho da parte final, q gostei bastante:

"Vejo as religiões como os galhos de uma árvore. Uma só árvore grande, com raízes subterrâneas que correm sob a Terra inteira. (...) O manual de instruções da árvore é enorme! Todas as religiões querem reunir e proteger. (...) Cada jardineiro tem sua opinião sobre o adubo. Para o primeiro, é sangue de animal; para o segundo, é vinho e migalhas de pão; para o terceiro, apenas água; o quarto quer água mineral; o quinto, água filtrada; o sexto quer apenas fogo para queimar as folhas murchas; o sétimo, apenas ar; em suma, parece briga de ecologistas. Um belo dia, cada um deles publica seu manual de instruções para a manutenção da árvore. A vaca vai para o brejo. Todas as religiões põem-se a defender e a combater. A coisa não funciona mais."









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