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2.10.10 Catcher in the RyeHj tá um tempo super fechado desde cedinho, com uma chuvinha fina e um frio gostoso pra caralho pra ficar em casa sem fazer nada de importante. Acordei super tarde, 10 da manhã, e resolvi ler meu livro favorito, "O Apanhador no Campo de Centeio", pela 4ª ou 5ª vez. Não me lembro como acabei conhecendo esse livro, o q eh estranho pq normalmente me lembro dessas coisas, igual como qdo conheci Pearl Jam ou Agatha Christie. PJ eu lembro q foi um cara de um canal do extinto mIRC que me apresentou, lá por 1999, disse pra eu pegar o cd "Live On Two Legs" no tb extinto Napster, pra conhecer, pq era bem foda a banda. Peguei, ouvi, e gostei pra caralho, e lembro q eu disse pra ele q só não tinha gostado de Red Mosquito e MFC. Engraçado como a gente lembra desses detalhes, mesmo depois de mais de 10 anos. Agatha Christie eu conheci em 2000, qdo um amigo da escola me apresentou um livro dela, disse q ele lia igual um louco, q era bem foda, q eu ia ficar viciado e tudo o mais. Bem isso q aconteceu, comecei lendo "O Misterioso Caso de Styles", por coincidência o primeiro q ela escreveu, e aí não parei mais, depois de 1 ou 2 anos já tinha lido todos os 80 poucos livros dela, e até hj releio um ou outro, qdo dá saudade. Voltando ao assunto, hj reli O Apanhador, de uma vez só, em 5 horas seguidas. É tão bom sentar no silêncio ali na sala, bem calmo, e ler um negócio desses, ainda mais num clima como o de hj. Prefiro mto mais ficar na sala do q aki no quarto, pq na cadeira é ruim, não dá pra se concentrar direito, mto melhor no sofá mesmo. E lá eh mto mais quieto, não tem essa barulheira daki. Como sempre, eu fico analisando os livros antes, fico pegando na capa, olhando os negócios das editoras na primeira página, a tradução, e tudo o mais. Sério, fico uns cinco minutos enrolando antes de realmente começar. Como esse veio direto da livraria, novinho, não tinha um cheiro legal, mas qdo pego livro da biblioteca vem com aquele cheiro gostoso de papel antigo e velho, tão bom! Daki a 50 anos, qdo eu pegar um livro daqueles de novo, vou lembrar na hora dessa época. Bom, quanto ao livro em si, se vc não leu corra agora pra livraria, biblioteca, ou amigo q o tenha mais próximo, pq eh mto mto foda. Li pela primeira vez qdo tinha uns 15 anos, mexeu comigo pra caralho, me identifiquei um monte com o q o cara falava, o jeito q agia, o sentimento de revolta e a vontade de fuga. Claro q com o passar do tempo a gente vai amadurecendo e essas coisas meio que ficam pra trás. Mas enfim, o livro lembra um pouco o filme "Na Natureza Selvagem" (Into the Wild), se vc já leu o Apanhador vai gostar mto desse filme, e vice-versa. Ainda mais q tem o Ed Vedder o tempo todo no soundtrack. Pra terminar, vou transcrever uns trechos do livro q acho bem legal: "O que eu gosto mesmo é de um livro que seja engraçado, pelo menos de vez em quando. Li uma porção de livros clássicos, como A Volta do Nativo, e tudo, e gostei deles. Li também vários livros de guerra e de mistério, mas nenhum desses me deixou maluco. Bom mesmo é o livro que quando a gente acabva de ler fica querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar para ele toda vez que der vontade. Mas isso é raro de acontecer. Eu até gostaria de telefonar para esse tal de Ring Lardner, só que o D.B. me disse que ele já morreu. Mas, por exemplo, esse livro do Somerset Maugham, A Servidão Humana, que li no verão passado. É um livro bom pra chuchu e tudo, mas não me dá vontade de telefonar para o Somerset Maugham. Sei lá. Não é o tipo de sujeito que a gente tenha vontade de telefonar para ele, essa é que é a verdade." (fl. 23) "Cheguei lá cedo demais e, por isso, me sentei num daqueles sofás de couro, bem pertinho do relógio do saguão, e fiquei olhando as garotas. Muita gente já tinha chegado de férias e acho que havia mais ou menos um milhão de pequenas por ali, sentadas ou em pé, esperando os namorados. Garotas de pernas cruzadas, garotas de pernas descruzadas, garotas com pernas fabulosas, garotas com pernas pavorosas, garotas que pareciam boazinhas, garotas que, se a gente fosse conhecer, ia ver que eram umas safadas. Era realmente uma paisagem interessante. De certo modo, também era meio deprimente, porque a gente ficava pensando no que ia acontecer com todas elas. Quer dizer, depois que terminassem o ginásio e a faculdade. A maioria ia provavelmente casar com uns bobalhões. Esses sujeitos que vivem dizendo quantos quilômetros fazem com um litro de gasolina. Sujeitos que ficam doentes de raiva, igualzinho a umas crianças, se perdem no golfe ou até mesmo num jogo besta como pingue-pongue. Sujeitos que são uns bocados perversos. Sujeitos que nunca abriram um livro. Sujeitos chatos pra burro." (fl. 123) "Achei que provavelmente ia apanhar uma pneumonia e morrer. Fiquei imaginando milhões de chatos indo ao meu enterro e tudo. Meu avô de Detroit, aquele que fica lendo alto o nome das ruas quando a gente anda numa porcaria dum ônibus com ele, e minhas tias - tenho umas cinquenta tias - e todos os nojentos dos meus primos. A tropa toda ia estar lá. Estavam todos lá quando o Allie morreu, a cambada toda de imbecis." (fl. 150) ![]() |
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